segunda-feira, 23 de junho de 2008

As complicações da vida acadêmica: Graduation, graduate, postgraduate.

Graduation e graduate fazem parte do time dos falsos cognatos, palavras numa língua que lembram palavras em outra, mas na realidade significam coisas distintas. Também se chamam falsos amigos, amigos de onça lingüisticos que atrapalham a vida de todo mundo que aprende uma língua estrangeira.

O verbo formar-se é to graduate. Vai se formar em medicina = He is going to graduate as a doctor. Ela se formou em 1999 = She graduated in 1999. A formatura é graduation. Quem já se formou é um graduate. Ele se formou na Universidade de São Paulo = He graduated from the University of São Paulo OU He is a graduate of the University of São Paulo.

Apesar de se soletrarem do mesmo jeito, graduate (formar-se), por um lado, e graduate (o diplomado) e graduate (de pós-graduação:adjetivo), por outro lado, tem pronúncias diferentes. O verbo é /GRAEDjueit/. Aquele -ate no final se pronuncia /eit´/, enquanto o substantivo e o adjetivo se pronunciam /GRAEDjuet´/, onde o -ate no final tem o som vogal de 'but' ou 'love'. Em ambos os casos, se começa a fazer o /t/ final mas segura quase todo o ar.

No mundo universitário aqui, a primeira etapa é o curso de graduação, mas em inglês essa etapa é o undergraduate course. Um aluno que ainda não se formou também é um ou uma undergraduate. Existe uma diferença muito grande entre a graduação aqui e o undergraduate course lá. Nos Estados Unidos, você se matricula numa universidade, mas tem até dois anos para decidir qual que vai ser seu curso, ou major. Isso faz bastante sentido. Um adolescente de 17 ou 18 anos geralmente não sabe o que quer na vida; enquanto faz as matérias obrigatórias nos primeiros dois anos da universidade, começa a enxergar o que mais lhe convém em termos de profissão. Se mudar de idéia, não tem que enfrentar um vestibular, pleitear uma nova vaga, perder tempo, etc etc. Simplesmente pega novos cursos no grade curricular. É fácil.

Mestrado e doutorado ( e cada vez mais pós-doutorado) são cursos de pós-graduação aqui, ou graduate ou postgraduate courses por lá. Quem estuda nesses cursos é um postgraduate student, graduate student, ou familiarmente, a grad student. O curso de pós-graduação é graduate school ou grad school. Estou fazendo um curso de pós-graduação = I'm in graduate school OU I'm a graduate student.

sábado, 21 de junho de 2008

In, On, At

Estas três preposições podem ser usadas tanto para tempo como para localização.
Tempo:
Usamos at com as horas ou outros pontos de tempo. Por exemplo:
ás 3 horas = at three o´clock
a meio dia = at noon
ao atardecer = at sunset
naquele tempo = at that time
no começo = at the beginning

In é usado para partes do dia:
de manhã = in the morning
a tarde = in the afternoon
no fim da tarde + a noitinha = in the evening, BUT
a noite = at night (uma excepção à regra)

É também usado para anos e meses:
em março = in March
em 1997 = in 1997
em março de 1997 = in March, 1997
nos anos 60 = in the 60s
no século passado = in the last century


On se emprega com dias da semana e datas.
Ele veio na segunda feira. He came on Monday.
Ela nasceu no dia 20 de junho. She was born on June 20(th).
Misturando partes do dia com o nome do dia, usamos on.
Elas chegaram na terça á noite. They arrived on Tuesday night. Neste caso, dá para omitir on: They arrived Tuesday night.

Não precisamos de preposição com each ou every (cada ou todo)
Ela vem todos os domingos. She comes every Sunday.

Localização
Este trio de preposições também se usa para se referir a localização.
Usamos in para indicar um lugar que fica dentro: in Goiânia, in Goiás, in Brazil, in South America, in the house, in my hand.

On se usa para alguma coisa que fica em cima: O chapéu está na minha cabeça : The hat is on my head. Ele mora em cima da montanha = He lives on the mountain. Ele mora na ilha. = He lives on the island MAS quando a ilha em questão é um país, ou outra divisão administrativa, é in. Elas moram no Haiti. They live in Haiti. Eles moram no Havaí. They live in Hawaii.

At é usado para pontos no espaço. Ele foi até a janela e agora ele está na janela. He went to the window and now he is at the window. At não tem dimensão: foi para algum lugar e parou aí. Usamos at para lugares na cidade, por exemplo:
Ele está no dentista. He is at the dentist. (In the dentist não é possível aqui porque significa, ao pé da letra, dentro do dentista; seria muito apertado). A moça está na padaria. The girl is at the bakery (se não importa saber se ela está do lado de dentro ou do lado de fora) ou The girl is in the bakery (chegou lá e entrou).

Em alguns casos, como este, podemos usar ou at ou in e a diferença é pequena. Mas às vezes o uso de at ou in faz uma diferença importante. Por exemplo, se alguém está internado, dizemos He is in the hospital. Se algúem está visitando, ou se trata de alguém que trabalha no hospital, dizemos He is at the hospital.

No caso de home, temos a opção de omitir at. Eles estão em casa = They are at home, mas mais informalmente, a frase pode ficar assim: They are home.

Há uma série de palavras que dispensam the depois de at. Geralmente fazem parte da rotina diária ou da cultura, tais como:
at home; at school; at church; at college (querendo dizer na universidade ou na faculdade); nestes casos, é possível usar the entre at e o objeto, mas aí estamos nos referindo a um lugar já mencionado, não ao lugar aonde sempre vamos.
Ele está na escola. He is at school. (Ele vai lá todos os dias).
Ele está na escola para a qual ligou ontem. He is at the school that he called yesterday. (Não se trata da escola que ele frequënta).


terça-feira, 10 de junho de 2008

Por que novela é soap opera?

As pessoas sempre mostram surpresa ao ficarem sabendo que em inglês, uma telenovela se chama soap opera em vez de TV novel ou alguma outra coisa semelhante. Por começo de conversa, novel existe em inglês, mas é um livro, um romance. Por exemplo, o Paulo Coelho escreve romances, ou novels, e é um romancista, ou novelist. Romance também existe, mas é um caso de amor ou então uma novela romántica, daquelas que a gente encontra aos montes numa banca de revistas. Mais do que um género literário, é uma autêntica indústria. Mas voltemos ao soap opera.

É um termo que vem do começo da era da rádio nos Estados Unidos nos anos 20 e 30. Estes programas, geralmente de curta duração, 15 ou 30 minutos ao máximo, almejavam sobretudo donas de casa, e o objetivo primordial era vender detergente ou sabão. Os patrocinadores, Lever, Proctor & Gamble, etc, enchiam estes episódios de comerciais = commercials. O termo soap opera começou como um apelido jocoso (òpera de sabonete ao pé da letra) mas o termo pegou e continua sendo usado até hoje para telenovelas, bem que agora são também chamadas de daytime dramas (dramas diurnos, que se transmitem durante o dia e não à noite). Estas novelas ainda conseguem uma audiência respeitável, agora com outros segmentos como estudantes, desempregados e trabalhadores do turno noturno assistindo, além das donas de casa ou housewives.

As soap operas americanas são um pouco diferentes do que se constuma ver aqui no Brasil. Por começo de conversa, uma soap opera pode continuar por anos e anos a fio, com o elenco morrendo e se substituindo aos poucos e muitas reviravoltas dramáticas. Além disso, como já mencionei, as soap operas se transmitem mais ou menos no período entre as dez da manhã e três ou quatro horas da tarde. Houve uma tentativa de trazer esta modalidade para o horário nobre, ou prime time, nos anos 60 com a soap opera "Peyton Place", mas essa moda não pegou e o horário nobre continua sendo o domínio de séries de todos os tipos nos States.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Livemocha.

Imagine um site que junta os cursos de línguas inovadores de Rosetta Stone e um site de relacionamentos para as pessoas praticarem as línguas que estão aprendendo e ensinarem suas próprias línguas aos outros, e tudo de graça. Este site, Livemocha, já exista há alguns meses, mas só descobri agora. Vale a pena dar uma conferida no www.livemocha.com Estou fazendo alemão com eles e estou gostando. Se você estiver começando inglês, tem um curso bem estruturado para iniciantes. Se estiver mais adiantado, pode contar com a ajuda de falantes nativos para aprimorar sua escrita, seu vocabulário, e sua gramática.

Todos sabemos que aquelas parcas duas ou três horas semanais de aula não dão para aprender uma língua estrangeira. Um recurso como livemocha e outros sites do mesmo estilo que estão surgindo podem reverter este quadro, inclusive possibilitando acesso ao estudo de línguas para quem não tem condições de custear um curso convencional.

Time will tell = Quem viver, verá, né?

terça-feira, 3 de junho de 2008

A vs An

A é o artigo indefinido, equivalente a um ou uma. Mas às vezes, vemos a forma an. Quando a é seguido de um som de consonante, tudo bem; fica a. Mas quando o som que se segue é de um vogal, o a vira an. Note que se trata de som de consoante e som de vogal e não simplesmente da letra. Vamos dar alguns exemplos:

Antes de um consoante: a book; a plate; a girl; a bad example.
Antes de um vogal: an orange, an apple, an ugly car.

Existem algumas palavras onde o h inicial é mudo, como por exemplo honor e hour. Nesse casos, o que vale é o som e não a letra. Portanto,
an honor; an hour.
Na grande maioria dos casos, nos quais se pronuncia o h, que é um consoante, usamos a: a house, a hat, a home, a hole.

O u inicial pode ter duas pronúncias: no caso de university e union, o u tem o som de /yu/. Neste caso, usamos a + u. É realmente o som, e não a letra, que faz a diferença.
a university; a union; a united Africa; a unit of measurement.

Mas em outros casos, o u inicial tem o som de vogal. Nestes casos, usamos an + u: an uncle, an unread newspaper, an uphill ride.

Aqui estão alguns exercícios para testar sua compreensão.

_____ dog; _____ awful day; _____day; _____ useful explanation; _____ young man; _____ white shirt; _____ unity government; _____ usual activity; _____ upper floor; _____ hard exercise; _____ hotel; _____ unhappy camper.

domingo, 1 de junho de 2008

Fun vs. Funny

São na verdade duas palavras com significados bastante diferentes. Funny é engraçado, cómico. Que piada mais engraçada! = What a funny joke! Mas funny também tem o significado de estranho, suspeito, anormal. Ele me deu uma olhada estranha. = He gave me a funny look. Que jeito mais estranho de me dizer que me ama! What a funny way to tell me you love me! A gente distingue entre "funny ha-ha" (engraçado) e "funny peculiar" (estranho).

Fun, no entanto, tem o signficado de diversão, quando usada como um substantivo, e divertido, quando desempenha o papel de um adjetivo. Eu me diverti muito na festa. I had lots of fun at the party. Como adjetivo, fun não muda. Foi uma festa muito divertida. That was a fun party.

Por isso, cuidado com fun e funny. Se você disser That was a funny party, você está dizendo que era uma festa engraçada .... ou estranha. Mas se você diz It was a fun party, todo mundo se divertiu muito.

Para quem gostaria de testar sua compreensão desta diferença, aí vai uns exercícios. Coloque funny ou fun no espaços.

1. I didn´t have any __________ at all at the party.
2. She's offended. She didn't think that comment was very __________.
3. There's something __________ about that man. Watch him!
4. That examination was no __________ at all.
5. I love my job. For me, work is more ________ than _______. (Noel Coward)