quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Mas que tipo de mulher?

Em português, a palavra mulher serve tanto para o feminino da raça humana de uma forma geral quanto para a companheira ou esposa. Quando alguém fala, por exemplo, "Você precisa de uma mulher", não sabemos se acha que precisamos de uma esposa ou simplesmente de uma fêmea, ou das duas coisas Existe uma certa ambigüidade que só o contexto pode esclarecer.

Em inglês, a situação é outra. Woman (mulher) é uma adulta feminina, mais nada. Wife é esposa. Se você apresentar sua companheira como my woman dá-se a impressão que você acha que ela te pertence, uma attitude bastante comum cem anos atrás mas, digamos, fora de uso nos tempos que correm.

Se vocês estão casados, a sua companheira é sua wife. Mas o que você pode dizer se vocês moram juntos mas não são casados? Tem várias opções. Por exemplo: Moramos juntos. We are living together. Ela é minha parceira. She's my partner. Ela é minha namorada. She's my girlfriend. Uma girlfriend não precisa ser uma girl (menina) para ser uma girlfriend. Girlfriend (e boyfriend) podem ter qualquer idade. Sua namorada de 80 anos continua sendo uma girlfriend, apesar da DNA (data de nascimento avançada). Não existe outro termo. Lady friend tem uma conotação bem negativa. Implica uma "amizade colorida" ou relacionamento fora do casamento. Fancy man seria alguma coisa parecida para um homem.

Existem outros termos também para qualificar um relacionamento, como amante (lover, serve para ele ou ela); mistress (é uma amante).
O amante que vive às custas da mulher é um gigolo = DJIG oh loh. Em inglês como português, tem relacionamentos para todos os gostos.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Os melhores pneus

Hoje estava fazendo o que faço melhor: estava ouvindo rádio, e não podia evitar uma propaganda pela marca Bridgestone/Firestone de pneus. Os primeiros elementos (a Bridge e o Fire, respetivamente) foram até bem pronunciados. A dificuldade veio no final. O locutor (e ele não é o único) pronuciou a vogal como se fosse o "u" de but. Acontece que o "o" que leva ênfase (secundário) aqui, não tem um som mais dois: é o diftongo o-u. Começa com o e termina em u. Ou seja, a pronúncia preferíve seria BRIDG stoun FAYR stoun. Não esqueça de não colocar um "e" antes de "stoun", corra para a loja, corrija o vendedor, e leve seu desconto. Ou talvez um quinto pneu de brinde.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Headhunters

HEAD hunter - quem caça cabeças
head HUNTER - o caçador em chefe

Esses dias, ouvi o comentário do Max Gehringer na CBN sobre a atuação desses caçadores de talentos corporativos. É mais uma palavra inglesa (até me atreveria a dizer americana) que entrou para ficar na linguagem do business brasileiro. Originalmente, o termo se referia aos índios que cortavam as cabeças dos inimigos e usavam-nas para embelezar suas residências. Headhunters (ao pé da letra, caçadores de cabeças) são aqueles agentes que recrutam executivos do mais alto padrão para empresas querendo o melhor gerenciamento possível sem olhar o valor do salário, quase sempre altíssimo.

O headhunter que nos interessa emfatiza a primeira parte desta palavra composta. A pronúncia correta é HEAD hunter. Aqui, emfatizamos o elemento mais importante: trata-se de um caçador de CABEÇAS. Esta ênfase não é natural para quem fala português. A tendência do brasileiro seria dizer head HUNTER. Esta pronúncia existe em inglês mas não indica o recrutador de cabeças brilhantes. Vira duas palavras (head HUNTER) e significa "caçador chefe" ou "caçador principal". Agora se pode objetar que, na maioria das vezes, essa diferença não importa muito e que o contexto toma conta de dar o significado adequado. Mas não deixa de soar estranho no ouvido do falante nativo, ou semi-nativo, de inglês.

E convenhamos, não tem como um inglês mal falado para afugentar o assedio dos headhunters da vida.

segunda-feira, 23 de março de 2009

A Crise (The Meltdown)

Todo mundo está cansado de saber que estamos no meio de uma crise financeira, econômica, de confiança. Pelo visto, a situação é mesmo crítica. Em inglês, crise é crisis (KRAY sis) mas há outros termos mais específicos usados para se referir à conjuntura atual. Um deles é meltdown (mais ou menos, derretimento). Esse termo lembra a tragédia de Chernobyl, quando uma falha num reator nuclear causou um superaquecimento que resultou na liberação de radiação que contaminou uma boa parte da Europa na época. Portanto, the financial crisis é frequentemente chamada de financial meltdown - bastante sombrio, não é?
Uma causa desse drama todo foi a falta de regulamento nos mercados financeiros. Regras que disciplinavan o mercado existiram até o mandato do presidente Reagan quando o processo de desregulamento deregulation foi iniciado. Nos mercados financeiros, novos instrumentos derivados de ações, obrigações, etc. (derivatives) apareceram. Quem ganhou muito dinheiro neste ambiente flexibilizado eram corretores que se chamavam "os mestres do universo", masters of the universe. (Agora tem gente que chama estes mestres de idiots of the universe). Uma das regras que deixou de ser aplicada foi aquela que determina quem se habilita (qualifies) para conseguir uma hipoteca (a mortgage) para comprar uma casa. Normalmente, quem quer comprar uma casa tem que provar sua renda (income), tem que dar 10% ou 20% do valor total da casa como entrada (down payment), não pode ter dívidas (debts) excessivas, e tem que se adequar às condiçóes do empréstimo (the loan) de muitas maneiras. Infelizmente, estas práticas foram abandonadas durante os anos Bush, e muita gente que não se qualificava para um empréstimo mesmo assim conseguiu uma hipoteca. Tais hipotecas se chaman subprime mortgages. Durante muitos anos, os valores de imóveis não pararam de subir. Esta subida aparentemente infindável se chamava "o balão imobiliário": the real estate bubble. Mas todo mundo sabe: o que sobe sempre acaba descendo: What goes up must come down! Todo mundo queria comprar uma casa para ficar rico rapidamente to get rich quick. Em muitos lugares, porém, o mercado imobíliaro (the housing market) entrou em colapso. O balão estourou: the bubble burst. Quem não consegue pagar a prestação da casa (make their house payment) perde sua casa para a financeira que ofreceu o empréstimo: they go into foreclosure. Muitas pessoas perderam o emprego lost their jobs, e, em vez de tentar de negociar uma taxa de juro mais acessível para a hipoteca, "vão embora": they walk away. Quem fica com a casa, agora severamente desvalorizada, são os bancos. Como consequencia deste processo, alguns bancos (e indivíduos também) entraram em falência they went bankrupt. Muitos bancos precisavam ser socorridos pelo governo federal americano para evitar esse triste destino. Esta injeção de dinheiro (billions of dollars) em bancos inadimplentes (insolvent banks) se chama the bank bailout. Temo que esta crise vai produzir muito mais vocabulário novo até sua resolução. Por enquanto, não sabemos se se trata de uma Great Depression ou uma mera Great Recession. Fique ligado: Stay tuned.

RIP, speakup.com.br

Eu sempre recomendava o excelente site da revista Speak Up. Tinha textos interessantes, conversação com vários sotaques, e pequenas explicações em português. Infelizmente, o site saiu do ar. Imagino que o site foi tão excelente que afetava a circulação da revista. Também não se notava muitos anúncios na versão online.

Para leitura e prática na área de compreensão, continuo recomendando www.voanews.com/specialenglish. Esse site só sai do ar se o governo americano falir, uma eventualidade bem remota, mesmo no meio desta crise.

A propósito, RIP, que vem do latim requiescat in pace, significa "descanse em paz", ou Rest In Peace em inglês.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Lingro - O Dicionário Clique!

O Lingro é um site que veio para facilitar a vida de quem quer ler numa língua estrangeira (inglês, no nosso caso) mas não quer se dar ao trabalho de consultar um dicionário convencional toda vez que topa com uma palavra nova. Você entra no Lingro, coloca a combinação de línguas (inglês para português para quem está lendo estas linhas) que você quer, e indica um texto: pode ser da internet ou um texto qualquer. Agora, em se deparando com aquela palavra que não te diz nada, você só clica e aparece um leque de significados em português. Até aí, tudo bem. Mas o mais interessante do ponto de vista do aprendizado da língua é outro recurso. Lingro salva todas suas consultas para um arquivo que você pode revisar as vezes que quiser para fixar o significado dessas novas palavras na memória. Lingro também salva os textos originais para você ler outra vez e testar se realmente entendeu a palavra no seu contexto original. Você vê a palavra no seu contexto: não está simplesmente decorando listas de palavras. Fazendo uma revisão sistemática desse vocabulário, já já você fixa o significado da palavra e aumenta seu vocábulario até brutalmente em pouco tempo.

Para quem é iniciante ou intermediário, recomendo que faça a experiência com um dos meus sites prediletos: www.voanews.com/specialenglish. Este site é um pouco simplificado. Isso quer dizer que as palavras que você aprende aí são comuns e úteis mesmo. Não estará perdendo seu tempo com aquele vocábulario mais erudito que só aparece numa leitura muito de vez em quando.

O endereço: http://www.lingro.com/

Bom proveito!