segunda-feira, 20 de junho de 2011

Homôfonos

Homófonos são palavras que tem a mesma pronúnica mas significam coisas diferentes. Você tem, por exemplo, there/they’re/ e their, que no meu dialeto da Costa Pacífica dos Estados Unidos soam rigorosamente iguais. E não podemos esquecer too/to/two. Muitos alunos de inglês são homofonofobíacos: não gostam destas palavras porque acham que não tem como distinguí-las. E as palavras não são poucas: Dê uma olhada nestas listas de homófonos em inglês americano http://www.paulnoll.com/Books/Clear-English/English-homophones-03.html e britânico http://www.bifroest.demon.co.uk/misc/homophones-list.html para ver.

Apesar de sua fama de fonético, o português também conta com um acervo razoável destas palavras: http://www.steacher.pro.br/homofonopt.html. Para citar só um exemplo: tem broxa, que é um tipo de pincel, e brocha, que é um tipo de prego e também serve como adjetivo masculino (ou não tão masculino).

A boa notícia é que sempre tem alguma diferença semântica ou sintática para diferenciar as palavras. No trinômio there/they´re/ their, por exemplo, cada palavra tem uma função diferente. There é lá, ali ou aí: The man is there. O homem está lá (ali ou aí). Também faz parte do verbo haver: There’s an elephant in the living room. (Há um elefante na sala). There are three things you should know. (Tem três coisas que você deve saber). They’re = they are. They’re German. They’re running. Their = deles. That’s their problem. (Isso é problema deles). A função de cada palavra é bastante clara e não tem como misturá-las. Podemos colocar todas as formas dentro de uma frase e o significado continua claro: They’re washing their car there. Estão lavando o carro deles lá).

Two/to/too também estão bem diferenciadas. Two = 2; to é uma preposição (I’m going to the store; Vou para a loja) ou parte do infinitivo: ir = to go; praticar – to practice. Too = também, um advérbio. Vou também = I’m going too. A vogal em to tende a desaparecer porque to, uma preposição, não é enfatizada e as vogais nas sílabas não enfatizadas desaparecem ou viram ə, o som em love, but, e come, mas bem rápidas.

Os homófonos sempre se diferenciam pelo jeito de soletrar e frequentemente tem uma diferença na função da palavra também. Por exemplo, brake = freio ou freiar. Break = quebrar ou romper. Podemos colocar essas palavras juntas sem nenhum atropelo no significado: You’ll break your brake if you aren’t careful. Você vai quebrar seu freio se você não tiver cuidado.

Como aprender estes homôfonos? Pode ser bom dar uma olhada nas listas de vez em quando, mas o jeito mais eficaz é sem dúvida ler muito e ficar atento a essas diferenças.

domingo, 19 de junho de 2011

Accept vs. agree

Em português é possível usar aceitar + verbo, ou aceitar + objeto, por exemplo: Ela aceitou ir embora. Ele aceitou o acordo. Em inglês, no entanto, accept é seguido por um objeto mas com o verbo, precisamos usar agree. The company accepted his resignation. (A companhia aceitou a demissão dele.) Jason accepted John’s criticism. (O Jason aceitou a crítica do John.) No entanto, Bill agreed to give Mary the money. (O Bill concordou em dar o dinheiro para Mary.) I agreed not to do that again. (Concordei em não fazer isso de novo.) Portanto, não tem como dizer o seguinte: *Harry accepted to leave the company. CORRECT – Harry agreed to leave the company.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O ´

O ‘

O ‘, o apóstrofo (apostrophe em inglês) indica um posessivo ou uma elisão (quando tiramos algumas letras). Por exemplo, o carro é do Don = Don’s car. O carro é de John e Mary = John and Mary’s car. Neste caso, apenas o último elemento leva o ‘. O posicionamento do apóstrofo pode fazer uma diferença importante. O carro do menino = the boy’s car. O carro dos meninos = the boys’ car. Aqui colocamos o apóstrofo após o s para mostrar que o carro pertence a mais de um menino. Podemos chamar uma família toda de the Smiths, the Jones (ou the Joneses), the Rodriguez, etc. Quando o nome termina em s, temos a opção de acrescentar um –s para enfatizar a pluralidade. Assim, temos the Smiths’ house, the Jones’/djohnz/ car (ou the Joneses’ /djohnzis/ car com mais uma sílaba no final), Esses posessivos são frequentemente usados como nomes de estabelecimentos comerciais, como Bob’s, Wendy’s, MacDonald’s, etc., um costume que já se enraizou aqui no Brasil, com Castro’s Hotel, Helio’s Jeans, e Flávio’s Calçados, aqui em Goiânia, além de muitos outros. Esse ‘ talvez seja mais chique do que Hamburguers do Bob ou Jeans do Hélio, mas não deixa de ser um elemento importado. Até tem gente por aí que acha que cada s no final de uma palavra em inglês precisa de um ‘. Por muito tempo, meu contador batia Robert’s & Robert’s nos meus impostos, mas depois de alguns anos, finalmente o convenci de tirar o ´.

Uma outra utilidade do ‘ é de mostrar quando tiramos algumas letras da frase. Isso se faz para aproximar a escrita com a fala. Palavras que não costumam ser enfatizadas incluem pronomes e posessivos, as formas do verbo to be, outros verbos auxiliares (can, could, has/have, por exemplo) artigos (the, a), conjunções (and, but, yet) e preposições (at, by, for, to, from, etc). As palavras enfatizadas são aquelas que levam o significado da frase: os substantivos, os adjetivos, advérbios, números, this/that/these/those e palavras wh (where, what, which, how, por exemplo). O resultado desta mistura de sílabas e palavras enfatizadas e não enfatizadas é que a frase tem um ritmo quase metronômico. As palavras e sílabas não enfatizadas se espremem entre as enfatizadas, e estas espremição resulta em algumas mudanças importantes. Vogais podem mudar para aquele ponto morto bem no meio da boca, que é o som que o americano usa quando hesita, a vogal em but, love, come e a, letras e até palavras inteiras podem desaparecer, e podem gerar-se novas combinações como t + y = tch. Nice to mee tchou – Nice to meet y ou.

Usamos o apóstrofo para mostrar algumas dessas mudanças, mas apenas algumas.

Em afirmações com o verbo to be, fazemos elisão. I’m eating, you’re eating, he’s/she’s it’s eating, we’re/they’re eating. Em perguntas que começam com WH, usamos apenas ´s e não ´re. . Where’s Bill? existe, mas Where are you? não. A vogal em are quase some, mas mesmo assim, temos que escrevê-la por completo. O ´s pode ser has ou is, mas o contexto deixa tudo claro. He’s running = He is running. Running, no present continuous, exige is. He’s run = He has run. O particípio passado run, do present perfect, exige has.


O apóstrofo também é usado em palavras onde o passar do tempo fez modificações. O´clock, em 6 o´clock, antigamente era 6 of the clock, mas f the já sumiu. Ma’am, um tratamento de respeito para uma senhora (Yes, ma’am, Right away, ma’am – Sim, senhora, Agora mesmo, senhora) antigamente era Madam, do francês madame. E de novo na área comercial, and, que é pronunciado n, é grafado como ´n em nomes de fantasia e no registro informal (Dad ´n Lad, fun ´n sun, Bob ´n Mary).

Se tudo isso parece um pouco confuso, também parece e é para alguns falantes nativos de inglês. Já vi “Bokay’s - $5” (buquês – 5 dólares) no centro de Portland, e muitas lojas, especialmente em Inglaterra, deixam o apóstrofo de mão: Selfridges (por que não Selfridge’s?). Talvez o erro de apóstrofo mais comum do native speaker, porém, é it’s vs its. Na internet, é muito freqüente ver frases do tipo “The dog lost it’s bone" O cachorro perdeu seu osso. A frase está errada porque it’s é it is ou it has e a frase pede um posessivo. O posessivo certo para it é its, sem apóstrofo. Mas o apóstrofo é muito usado para posessivos (the dog’s bone), e as pessoas acabam se atrapalhando..