quarta-feira, 30 de junho de 2010

Democracy Now! Ideal para quem curte um jornal

Democracy Now! (a democracia agora!) não é só uma bela idéia - é o melhor telejornal americano. O programa não tem patrocinadores nem apoio do governo, e é afiliado a uma rede de emissoras de rádio não-comerciais e independentes, a rede Pacifica (http://www.pacifica.org/). Sem pressões políticas ou financeiras, a apresentadora, Amy Goodman, pode se debruçar sobre temas praticamente proíbidos na mídia corporativa. Como é acessível no Internet e vem com transcritos, o programa pode se tornar uma valiosa ferramenta para melhorar sua compreensão aural. Se sua conexão não é tão veloz assim, existe a possibilidade de ouvir só o aúdio do programa.



Eu recomendaria este material sobretudo para quem seja intermediário ou avançado em inglês. Como o programa é diário, sempre tem temas atuais à disposição e conta com um arquivo extenso de telejornais passados. Você pode usar a caixa de busca para encontrar algum tema do seu interesse. As colunas semanais da Amy, com aúdio, também valem uma olhada e escutada.



Entrando no site http://www.democracynow.org/, você se depara com o último programa transmitido. Você pode assistir o programa inteiro ou focar-se num dos segmentos. Recomendo este procedimento para tirar o máximo proveito de qualquer material autêntico com transcritos. É ou que eu faço com o material de Deutsche Welle para tentar aprimorar meu alemão.



1. Escute ou assiste o segmento escolhido sem o texto, de preferência mais de uma vez. Isto vai te dar uma idéia sobre o conteúdo geral e te mostra o que você precisa focar nos próximos passos. Também te dá uma noção do que você entende no seu estágio atual de conhecimento.



2. Leia o transcrito dentro do Lingro.com. Desse jeito você passa a entender o conteúdo todo, ou quase todo. O novo vocabulário fica à sua disposição dentro do Lingro para uma revisada posterior. Para acumular vocabulário para revisão posterior, é essencial que você se cadastre gratuitamente no Lingro e não saia do sistema antes de ler e clicar.



3. Ouça o segmento e leia o transcrito ao mesmo tempo. Isso vai te familiarizar com as diferenças, às vezes grandes, entre o inglês escrito e falado. Com certeza vai se surpreender com pelo menos algumas dessas diferenças.



4. Ouça/assista o segmento de novo, sem o transcrito. Você vai notar que desta vez, está entendendo, se não 100 percento, pelo menos muitíssimo mais do que entendeu no começo. Você também está gravando o vocabulário em contexto.



5. Passados alguns dias, volte ao segmento para ver como sua compreensão aural melhorou.



Tem bem poucos programas assim e quando existe o transcrito, seria uma pena perder a possibilidade de melhorar sua compreensão e ao mesmo tempo abrir um poucos os horizontes.

E! A letra mais silenciosa do inglês!

Pois.... é! A letra e quase nunca se pronuncia no fim de uma palavra. Vamos ver alguns exemplos: home /houm/, Joe /djou/, nice /nays/, place /pleys/, come /kəm/, e office /'aw fəs/. Entre as únicas exceções são as palavras recipe /'rɛ sɪ pi/ = receita, e resume, uma importação francesa que às vezes se escreve resumé = currículo vitae /'rɛ zu me/. Quando se tem duas vogais consecutivas no final da palavra, se pronuncia a combinação como uma vogal só, e essa regra também vale quando se trata de duas letras diferentes juntas: see /siy/, pea /piy/, employee /ɛm 'ploy iy/, sea /siy/ pie /pay/, Joe /djow/.

Se o e no final é quase sempre mudo, é lógico perguntar: para que serve? Quando o e vem depois de uma c, serve para mudar o som do c de /k/ para /s/. Isso acontece no caso de office. Sem o e no final, a pronúncia desta palavra seria bem diferente: /aw fɪk/, que não é o que pretendíamos. Tem muitos exemplos desse efeito: face /feys/, ice /ays/, romance / rou 'mæns/. Um complicador neste contexto é o fato que algumas destas palavras terminando em e mudo foram importadas para português e a pronúncia ficou de certa forma entre as duas línguas, mas sempre com aquele e final em evidência: pense em performance, por exemplo. A versão brasileira enfatiza a segunda sílaba como a original inglesa sem o devido acento, diga-se de passagem, mas não deixa de pronunciar o e final, criando uma espécie de híbrido. Seria até lógico assumir que a pronúncia tupiniquim desta palavra tão conhecida é igual à original, mas não é, porque a única função daquele e no final é de mudar o som de /k/ para /s/.

Mas qual é a função do e final em Kate ou store, por exemplo? Nesses casos, o e serve para mudar o valor da vogal que vem antes da consoante. Por exemplo: se não tivesse aquele e final em Kate, o som da vogal seria /æ/ , o mesmo som de cat. O e no final muda o som da vogal anterior para um som longo. Os sons longos de vogais são sempre os seus nomes. O nome da letra a se pronuncia /ey/. Com aquele e depois da consoante (a bem da verdade, qualquer vogal faria o mesmo efeito), mudamos o som da vogal anterior para seu nome, e temos /keyt/. O t também é mudo. (Você começa a fazer o som mas segura todo o ar.) Vamos ver mais alguns exemplos:

cut /kət/ cute /kyuwt/
pet /pɛt/ Pete /piyt/
spit /spɪt/ spite /spayt/
tot /tat/ tote /towt/.

O acréscimo de sufixos ou consoantes não altera esse quadro. Por exemplo, homeless continua com o primeiro e mudo: /'houm ləs/, Charles /tcharlz/, namely /'neym li/, believes (bə 'liyvz).

Um caso à parte é -ed. O e nesta terminação para passados e particípios passados regulares desaparece quando não há um som de /t/ ou /d/ no final do verbo. Exemplos: kick - kicked /kik/ - /kikt/, play - played /pley/ - /pleyd/, carry - carried /'ker id/. Quando tem /t/ ou /d/ no final do verbo original, no entanto, o e se pronuncia: create - created /kriy 'eyt/ - /kriy 'ey dəd/, post - posted /powst/ /'pows təd/.

Como o inglês, diferentemente do português, não dispõe de acentos para mostrar variação na pronúncia de vogais, o uso do e final é um indicador importante do jeito que temos que falar uma determinda vogal. É útil sim, mas ... não se pronuncia!

World Cup Roundup

Enquanto estamos em clima de Copa do Mundo, que tal mais algumas lucubrações sobre a paixão nacional ( ou uma das paixões nacionais)?

Quem torce por um time de futebol, ou qualquer time, é fan, que vem de fanatic = fanático. O verbo, torcer é to root: Eu torço pelo Brasil. I root for Brazil ou I am a Brazil fan. Torcida é rooting section ou cheering section. Por quem você está torcendo? Who are you rooting for?
Quando um time vence o outro, usamos beat. O Brasil venceu Chile 3-0. Brazil beat Chile 3 t0 zero. Zero tem várias versões. Em Inglaterra, é nil. Brazil beat Chile 3 - nil. Nos Estados Unidos, podemos dizer three to zero, three to nothing ou three-zip. Quando usamos "vencer" sozinho, ou com "o jogo", no sentido de ganhar, o verbo é to win. O Brasil ganhou (ou venceu) três a zero. Brazil won (the game), three-zip.

Um jogo amistoso é um friendly em Inglaterra, mas para os americanos, trata-se de um exhibition game. O goleiro, ou goalkeeper, é normalmente o keeper em Inglaterra, mas nos States, ele é o goalie.

Oitavos de final = the last sixteen. Quartos de final: quarter-finals. Semi-finais = semi-finals. Final = final (FAY- nl). O campeão é the champion, mas o vice é o runner-up. Vuvuzela não tem tradução: tomara que essa moda não pegue aqui no Brasil.

Football x Soccer

Enquanto ainda tivermos um pouco da Copa do Mundo (ou World Cup) pela frente, o assunto no blog não podia deixar de ser futeból (ou football). Realmente esse é um bom ponto de partida, porque em inglês, o esporte-rei tem dois nomes correntes: football e soccer. Quem fala francês vai saber que a famosa FIFA é nada menos do que la Féderation International de Football Association , uma combinação de inglês e francês. O futeból em inglês é, na realidade, association football. Segundo a Wikipédia em inglês:


The rules of football were codified in England by the Football Association in 1863, and the name association football was coined to distinguish the game from the other forms of football played at the time, specifically rugby football. The term soccer originated in England, first appearing in the 1880s as an Oxford "-er" abbreviation of the word "association",[5] often credited to former England captain Charles Wreford-Brown.[6]

Ou seja: as regras do football foram codificadas na Inglaterra pela Associação de Football in 1863 e o nome association football foi cunhado para distinguir o jogo de outras formas mais velhas de football jogadas naquela época, especificamente o football rugby. O termo soccer originou na Inglaterra, aparecendo em Oxford nos anos 80 do século 19 como uma abreviação tipo "-er" de Oxford da palavra association, frequentemente creditado ao ex-capitão da seleção inglesa Charles Wreford-Brown.

Essas abreviações "-er" continuam até os dias de hoje na Inglaterra. Daí, o apelido do carro Rolls-Royce é "Roller", por exemplo, rugby ráguebi é "rugger", e às vezes football é "footer" - mas, que eu saiba, só na Inglaterra. Nunca ouvi um americano nos Estados Unidos usando essas expressões.

Soccer, então, é um abreviação do fim do século 19 da "association" de Association Football. Extraiu-se o "soc" e acrescentou "cer", dando "soccer". Sock também significa dar um soco ou dar uma pancada: socker com k em vez de c seria quem dá pancadas, e um time de futebol de salão, os San Diego Sockers, tirou proveito da homofonia, e virou o time que dá pancadas no futebol.

A palavra football cria uma certa confusão nos Estados Unidos, Canadá e Austrália, onde outros jogos também levam esse nome. É por isso que o futebol é conhecido como soccer nesses paises.

Então a rivalidade entre o football e o soccer é só aparente. Football x Soccer é um empate (a tie).

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Férias e feriados

Já chegou a época de férias nos Estados Unidos e Europa. Nos Estados Unidos, o começo não-oficial do verão é o fim-de-semana prolongado de Memorial Day, que sempre cai na última segunda-feira de maio. As crianças saem da escola e as famílas pegam a estrada para visitar aquele parente distante (nos dois sentidos da palavra), fazer campismo, ou até conhecer algum parque temático. Na Américo do Norte, férias são vacation. Quando as escolas entram em recesso, é o começo da summer vacation, um período de três meses na maioria dos casos. Quando os Estados Unidos eram um pais altamente agrícola, os pais não dispensavam a ajuda do prole na hora da colheita no verão. Daí este período compridíssimo, mais do que suficiente para os alunos esquecerem tudo quanto aprenderam no ano letivo anterior. É mantido ainda apesar do número reduzido de pessoas atualmente envolvidas diretamente na agricultura nos EU (por volta de um por cento da população ou até menos hoje em dia). Tendo mais de 16 anos, os alunos podem trabalhar no período das férias ou então se envolver em algum tipo de atividade, como acampamentos ou a escola de verão, ou summer school. Ou ficam em casa jogando vídeo-games, levantando tarde, desfilando nos shoppings, etc.

Na Inglaterra, vacation é só usada para as férias escolares. Em outros casos, como férias do trabalho, os britânicos dizem holidays. Nos Estados Unidos, em férias é on vacation. Em Inglaterra, é on holiday. I'm on vacation (US) = I'm on holiday (GB).

Dos dois lados do Océano Atlântico, um feriado é a holiday, que vem da expressão "holy day", que é, ao pé da letra, dia santo. Um holiday que se aproxima é o famoso Independence Day no dia 4 de julho ou Fourth of July. Este nome é um pouco fora do comum: uma data qualquer estaria expressa na forma mês/número ordinal = July 4th.

Para quem vai tirar férias: Have a great vacation!