Para qué textos paralelos?
Muita gente num site que adoro, http://www.how-to-learn-any-language.com/, recomenda o uso de textos paralelos quando você quer ler inglês, no nosso caso, ou qualquer língua-alvo. Do lado de cá, o texto em inglês; do lado de lá, o equivalente em português. A sua compreensão do português se transfere para o inglês. Se você se depara com alguma palavra que não entende, é só ler o parágrafo em português e o significado (às vezes) se esclarece sem recurso ao dicionário. Você aprende muita coisa sem perceber e reforça a gramática que você já sabe. Sempre que você se expõe a uma palavra num contexto diferente, você aumenta seu conhecimento dessa palavra, que fica cada vez mais disponível para uso ativo. E esse "jogo de palavras" costuma ser divertido, especialmente se o texto em si é interessante para você.
Alguns recursos
Já te convenci, não é? Agora vamos ao que interessa: sites onde você encontra esses tipos de texto. Infelizmente, não são abundantes.
Daisy Stories
Poucos sites incluem português no leque de opções mas http://www.lonweb.org/daisy/ds-brasilian-bookworm.htm disponibiliza quatro pequenas histórias em formato paralelo.
Unbound Bible
Uma outra opção, sensacional para quem gosta da Bíblia, é the Unbound Bible:
http://unbound.biola.edu/ Em inglês existem várias versões da Bíblia. Uma versão bem simples neste site é Basic English Bible. Outra tradução em linguagem atual é a New American Standard Bible. Você escolhe o livro ou versículo e até 4 traduções diferentes em colunas paralelas. Desse jeito você pode comparar não só o inglês e português, mas também uma tradução para inglês com outras.
Linguee
http://www.linguee.pt/ingles-portugues/traducao/parallel+text.html. é um site para tradutores, não precisamente para estudantes de línguas. Você digita uma palavra na caixa de busca e aparece uma série de extratos de documentos onde aquela palavra ou frase aparece. Os textos são desconexos e secos, mas é possível gerar uma infinidade de parágrafos paralelos. Talvez a maior utilidade deste site seja a possibilidade de ver o uso de uma frase ou palavra, e a tradução dela, em vários contextos. Para ver como funciona, tecle algumas palavras como Brazil, corruption, Sarkozy, global warming na caixa de busca. Saem textos paralelos bastante formais que podem ser úteis para quem mexe com alguma área técnica como diplomacia, ciências contábeis, ou ciência política.
Google Translator - Não dá ainda
Google Tradutor é uma ferramenta muito útil para o tradutor. Você bota o texto a ser traduzido de um lado, e sai uma tradução do outro. Quando traduzo artigos científicos ou postagens deste blog, o Translator/Tradutor me economiza muito tempo. Infelizmente, sempre sai muita coisa errada que precisa ser refeita. Por isso, não posso recomendá-lo como uma fonte confiável para textos paralelos, pelo menos por enquanto.
Agência Brasil - A mesma notícia em inglês e português
A Agência Brasil, agência noticiosa do governo brasileiro, traduz alguns dos seus artigos para inglês. A tradução não é necessariamente totalmente ao pé da létra - são feitas pequenas mudanças para melhorar a legibilidade em inglês - mas o conteúdo é o mesmo. Aqui está o endereço das notícias em inglês da Agência Brasil: http://agenciabrasil.ebc.com.br/newsinenglish . No fim da reportagem vem um link, infelizmente não clicável, para o artigo original. Você pode copiar esse link e colocar na caixa de busca para chegar até a versão em português.
Mas as duas versões não são publicadas em colunas paralelas, evidentemente. Não tem nenhuma finalidade educativa e se destinam a públicos diferentes. A boa notícia é que por meio do Word, é relativamente fácil remediar essa situação. Aparentemente Blogger não deixa manter as colunas (quem sabe, futuramente?), portanto aqui estão uma reportagem em inglês seguida pela original em português:
NEWS IN ENGLISH – Long deployments of soldiers in Rio slums becomes a burden for the Army
16/09/2011 09:35
Enviado por allen, 16/09/2011 - 9h35
ArmyRio de JaneiroUPPnationalslum violence
Vladimir Platonow Reporter Agência Brasil
Rio de Janeiro – Conflict resolution is not the strong suit of soldiers in the Brazilian army, says Jorge da Silva, a political scientist, who is also an Army reserve colonel with experience in the Military Police and as a state secretary for Human Rights (2003-06). That is the reason, he says, that prolonged duty in Rio de Janeiro slums, as part of the government program to take the slums back from drug lords, known as UPPs, is doing harm to the Army’s image.
According to Silva, there will serious problems between local residents and soldiers. The Army, Silva points out, was called up to take part in the UPP in a mission that was supposed to end this year, but has now been extended to June 2012.
Silva says he is skeptical about the real value of soldiers in slums. Born and raised in the area known as Complexo do Alemão where soldiers and inhabitants had misunderstandings last week that turned into open conflict and then riots, Silva says soldiers are simply not trained for mediation.
“Mediation is not the job of the Army. Sending troops into a situation like this is only going to compromise the authority of the troops and tarnish the image of the Army as an institution. What they are being asked to do in just not in the nature of soldiers,” said the former secretary who is now a professor of public order, police and human rights at the Rio de Janeiro State University (“Uerj”).
“The key to pacification of communities is mediation. The Military Police should do this job, but they see themselves as a military force. Up there in the Complexo do Alemão, the task is to mediate and administer conflicts. When you think of the Army you think in terms of war where the logic is to settle matters with force. The police cannot operate under those terms. Rather than a military model, they must follow a mediation model.”
Jorge da Silva says he is not happy with soldiers from the Armed Forces in slum areas because they are not trained for that kind of work. “Police are not soldiers. Soldiers are not police. When you try to turn a soldier into a policeman, it will turn out wrong. That is what is happening,” he concluded.
Allen Bennett – translator/editor The News in English
Permanência no Complexo do Alemão pode desgastar Exército, diz ex-secretário
10/09/2011 - 10h08
Nacional
Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A permanência do Exército nas favelas do Complexo do Alemão pode comprometer a imagem da instituição, que não é treinada para a mediação de conflitos. A avaliação é do cientista político Jorge da Silva, coronel da reserva e ex-chefe do Estado Maior da Polícia Militar (PM), que ocupou o cargo de secretário estadual dos Direitos Humanos do Rio entre 2003 e 2006.
A missão do Exército, que deveria se encerrar este ano, foi prolongada até junho de 2012, a fim de permitir a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), gerida pela PM. Nascido e criado na região onde se instalou o conjunto de favelas do Alemão, o coronel se diz cético quanto à presença das tropas militares no local, principalmente depois dos incidentes envolvendo soldados e moradores.
“O Exército não foi feito para mediação. Manter o Exército ali vai, simplesmente, desgastar a autoridade da tropa e acabar atingindo a própria imagem da instituição. A natureza deles não é essa”, alertou o ex-secretário, que atualmente é professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), onde coordena estudos sobre ordem pública, polícia e direitos humanos.
Para ele, a chave no processo de pacificação das comunidades é a mediação. “A PM ainda se vê como uma força militar e não como uma força de mediação de conflitos. Lá no Alemão, tem que mediar e administrar o conflito. Quando você raciocina em termos de guerra, quer acabar com o conflito na base da força. A polícia não pode ser capacitada dentro desse modelo militar de autoridade, mas de um modelo de mediação.”
Jorge da Silva não vê com bons olhos a presença de militares das Forças Armadas nas comunidades, pois acredita que eles não são treinados para isso. “Polícia não é Exército, nem Exército é polícia. Quando a polícia quer virar Exército, dá tudo errado. Quando o Exército quer virar polícia, também dá tudo errado. É o que está acontecendo.”
Edição: Graça Adjuto
Agora, para colocar esses dois artigos em colunas paralelas, crie um documento Word e clique em "Tabelas". Aí, clique em "inserir" e no menu à direita clique em "tabelas". Aberta a caixa "inserir tabela", sob "tamanho da tabela" mude o número de colunas para 2 e aperte "OK". Vão aparecer duas colunas paralelas com duas células cada. Salve a versão inglesa do seu artigo e coloque na primeira célula. Vai encher a primeira coluna e fluir para outras páginas. Faça o mesmo para a versão em português, ajuste os parágrafos, e voilá! você tem a mesma reportagem em duas línguas e duas colunas paralelas.
Eu adoraria ouvir suas experiências com textos paralelos. Se você conhece mais recursos desse tipo, por favor me deixe um comentário. Obrigado!
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